sábado, 12 de maio de 2007

Os homens não podem parar!

Por: Cláudia Regina
Os homens não podem parar, não podem se mover e não podem continuar...
Eles estão conectados a algo invisível e que os faz ser únicos.

Não é DEUS, não é amor, não é confiança nem a modernidade, não são convenções e ou termos rotulais de alguém que não tem as respostas.

Os homens não param porque não podem. São fracos demais para parar e deixar levar-se pelo sol e pela brisa, pela maré e a corrente... Eles são fracos para serem livres e são ignóbeis para suportar a liberdade.

Simples por que liberdade é escolha, escolha é sacrifício e os homens não se sacrificam por nada! São covardes e se escondem atrás de regras e convenções que dizem o que é certo ou errado, e supostamente encobre os erros.

Se matar é crime, somos criminosos e matamos milhões de crianças com fome.
Se cobiçar é crime então não sejamos ambiciosos e fiquemos onde estamos.Talvez algo venha cair do céu.

Desejar o outro não é crime, somos seres de desejos nossa origem está no desejo, nossa liberdade está no desejo e tudo o que somos depende dos nossos anseios.
As regras nos quebram, nos devoram e nos dilaceram... Nós sabemos o que devemos fazer por instinto, o instinto é nosso coração que bate acelerado quando vê alguém ou que para de bater diante de algo drástico...Pernas bambas e nosso pensamento nalgum lugar distante... Tudo isso perdemos de ser, para ser algo que alguém nos ensina!

Eu queria ser ignorante das leis, para ser sábia nos sentimentos e navegar na liberdade das minhas escolhas. Para ser infeliz se eu o quisesse e não para ser feliz pela imposição de alguém!

Cláudia Regina Carlos Antônio
12/05/2007

Caminhos!

Por: Cláudia Regina

Para ser sincera...Os Caminhos me levarão a um horizonte que nunca vi...
E lá estará a estrela mais cintilante do céu... Brilhando para mim...
Caminhos, este que de tão pisado que foram perderam sua forma original, mas serviram bem aos meus pés aflitos que com ansiedade andaram por seus formatos vários numa época em que nunca olhei para os meus caminhos...

Eram ladrilhados ou triangulares, de cimento ou asfalto, coloridos ou acinzentados. Não sei não!
Eram apenas caminhos que me levavam ao destino final.
Eu pisei sem prestar bastante atenção, mas convenhamos quem anda olhando para o chão?
Deixei meus rastros pra trás. E o que me interessa está diante de meus olhos a estrela que me hipnotiza me fascina e me chama...
Ela que me faz caminhar os caminhos.
Os caminhos que alguém deixou lá para eu caminhar!

Cláudia Regina Carlos Antônio
12/05/2007

Por um olhar!


Por: Cláudia Regina

Vi flores morrerem com a secura, e o sol esconder-se no nublado.
Vi aves desistirem de migrar no inverno, e passarinhos deixarem seu ninho.
A tristeza não esta em mim, mas no que vejo todos os dias.

Vi pedras tomarem o lugar das sementes, e sementes caírem em lugares errados.
Vi o semeador deixar a semeadura de lado porque o fardo estava por demais pesado.
A desilusão não esta em mim, mas eu a encontro todos os dias!

Vi um cachorro atropelado e um abutre sob sua carcaça, mas não fiquei o suficiente para poder ver o corpo apodrecer.
E a fonte de água cristalina, tomada por lixo e fedor repugnante, água doce que agora é fel.
A morte não esta em mim, mas ela acontece em todo o lugar!

Vi um homem chorar por outro, e ao seu lado uma criança pedindo esmola.
Vi um gato correndo atrás de um rato, e o rato indo embora.
Vi um cego querendo enxergar com as mãos e um surdo tentando alguma comunicação.
Vi tudo isso num passeio a praça, e quando cheguei lá tinha muita gente de fora, querendo ver a beleza daqui de dentro, aonde está tal beleza que meus olhos não enxergam mais.

Voltei para casa, e na volta eu vi dois homens carregando junto o pesado fardo.
E os abutres limpando o caminho para as sementes terem espaço, não vi o cão, mas acredito que ele tenha virado adubo para as flores que começam a surgir. Flores tímidas e sem muita, mas alguma cor.

Não tinha água cristalina, mas não havia mais o fedor, alguns poucos se dispuseram a ressuscitar o rio.
O homem que chorava enxugou as lágrimas e sorriu pra criança, que não pedia esmola, mas lhe dava uma pequena flor, branca e perfumada era a flor.
O cego leu seu livro. E o surdo ria das mímicas desastradas de alguém, que tentava comunicar-se com ele.
E os turistas, eu acho que fizeram muitas fotos, não sei quantas... Tantas quanto os flashes que iluminavam meus olhos e me fizeram perceber por um olhar...
A tristeza não está em mim e alegria não está em mim, mas em como vejo as coisas acontecerem e em como quero que aconteçam. Somos sinceros na alma, e no coração, mas sufocamos toda nossa sinceridade para não ver a felicidade do outro. Alguém disse uma vez que olhar o lado bom da vida não leva mais tempo que o ruim...
Olhe diferente e viva melhor!

Cláudia Regina Carlos Antônio
12/05/2007

Eu e uma imagem!


Por:Cláudia Regina

Nós somos o que somos e nada pode mudar isso. Ou pode?
Quando vemos propagandas e outdoors, mostrando supostos corpos perfeitos, quando ouvimos canções para mulheres bonitas, ou quando comemos alguma coisa muito gostosa olhando para o rótulo vendo se ali tem algo que vá deixar seu corpo fora do padrão desejável pelo outro... Bom, então não somos mais como gostaríamos de ser.

Eu conheço uma menina, que não usa roupas de grife e nem perfumes caros. Ela é simples e às vezes humilde. Sabe brigar pelo o que quer e com quem acha que pode brigar... Mas nunca pediu uma briga que não pudesse vencer ou entrou em uma que não pudesse sair. Ela não é covarde sabe!? Só sabe quando é hora de entrar ou esperar. Ansiosa, mas se controla por boas causas. É uma boa amiga, olha sempre o lado bom das pessoas, até aquelas que escondem-se de forma convincente, ela acha e divulga a todos.

Percebi de uns tempos para cá a mudança mais terrível que alguém pode ter, nem todas as mudanças são boas entende? Algumas para o bem e outras, hum! Eu gostava da minha amiga como era antes. Falta o brilho no olhar e a força nas palavras. Falta a covardia para que sua coragem sobreponha o medo e a vergonha. Falta um amor, amor que nunca tive, eu acho. Ao menos ela não me contou, se houvesse ela contaria com certeza. Somos unha e carne, corpo e alma, na verdade nos confundimos nas personalidades. Sim eu saberia, não?!

Mudou para o quê? Senão para uma pessoa fraca e volúvel, onde as roupas têm mais valor que a mente ou o corpo tem mais valor que a alma.
Mudou quando? Se a vida não passou nem mais depressa que meu pensamento ou mais lenta que o click do relógio.
Mudou por quê? Se o porquê nunca vai poder explicar o que realmente sinto ou o porquê de toda essa paranóica mudança.

Pode ser que ela não tenha mudado e que eu mudei de visão, pode ser que eu tenha me levantado do sofá e mudado o canal da televisão. Sintonizei o rádio numa estação AM... Onde ninguém liga, onde ninguém reclama, onde, ninguém está como eu estou, atenta a todos os mínimos fragmentados pedacinhos de som.

As pessoas mudam, nós mudamos com elas. Aprendemos a andar (com muita dificuldade) depois a correr (com muitas quedas marcantes) e depois alguém lá na frente diz para ir mais devagar... Ou estou correndo depressa demais para alguém me alcançar, ou “simples a mente” não consegue deter-me. Bloquear pessoas que querem correr mais é conter um rio por uma barragem, é segurar firme um punhado de areia, é quebrar diamantes brutos com o dente, é não amar a si mesmo e desrespeitar o primeiro mandamento de Deus... É blasfemar, é criar covardia, e é deixar de torcer e apostar em um Vencedor!

Cláudia Regina Carlos Antônio
12/05/2007